O Brasil, oitava economia mundial, onde o crédito imobiliário ainda representa muito pouco do PIB, pouco mais de 2 %, contra 65% nos EUA , e onde, na última década, cerca de 30 milhões de brasileiros subiram da base para o meio da pirâmide social, pela educação e pelo acesso ao mercado de trabalho, é um dos novos “el dourados” em construção rápida, com necessidades imediatas de milhões de fogos habitacionais e de obras públicas no domínio da construção civil.
Esta âncora da América do Sul, a preparar-se para receber, dentro de três anos, um Campeonato do Mundo de Futebol, e, dois anos depois, a primeira edição dos Jogos Olímpicos de Verão a ter lugar neste continente, no caso na cidade do Rio de Janeiro, o Brasil é de novo um destino apetecível para muitos portugueses, em especial para os jovens que, com formação universitária superior, possam responder às necessidades imediatas da Economia Brasileira.
Enquanto numa Europa a braços com défices públicos preocupantes e muito dependente da energia exterior se equacionam, para reduzir, grandes obras públicas, como aeroportos, linhas ferroviárias de alta velocidade, auto-estradas, portos e outros desafios desta grandeza, no Brasil, nesse grande país do hemisfério Sul, muito ainda está por fazer, apesar do muito que a imensidão do território já contempla.
Falar a mesma língua, é uma vantagem de primeira linha que não pode, no entanto, toldar a apreciação que devemos fazer, quando avaliamos os nossos destinos, seja na perspectiva da internacionalização das nossas empresas, seja na hipótese de eleger economias emergentes, nomeadamente na lusofonia, como potenciais mercados de trabalho, para quem, mesmo com nível académico elevado, deseje emigrar. A velha máxima popular segundo a qual não devemos colocar todos os ovos no mesmo cesto, também se aplica nestes casos.
Por outro lado, o sonho de riqueza já não se esgota na miragem do Ouro ou do Ouro Negro, como durante décadas denominamos o petróleo, hoje, um combustível fóssil não apenas com um horizonte de vida calendarizado, mas com oscilações de preço bem mediatizadas e susceptíveis de causar estragos equivalentes aos dos conflitos de média e alta intensidade que determinam essas oscilações. A riqueza, hoje, está muito na capacidade que possamos ter para efectivamente contribuir para o desenvolvimento sustentado das Economias.
O segredo pode estar no local, no Brasil, em Angola, em Moçambique, em Cabo Verde, em Portugal, onde melhor possamos concretizar esse sonho alcançável. Mas não só.
Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP
Publicado dia 2 de Março de 2011 no Público Imobiliário