Na Gala dos Prémios Construir, que marcou a primeira noite do Festival Internacional de Inovação e Criatividade, alguém na hora em que recebi o prémio Excelência disse-me, quando eu já descia do palco com o galardão, que é bem verdade que, cito, “santos de casa não fazem milagres”.

Confesso que não entendi logo o que tal observação alcançava mas, de imediato, aquele interlocutor, pessoa que não identifico embora julgue que já me cruzei com ele noutras ocasiões, disse, com alguma ironia, que é sempre mais fácil sermos reconhecidos pelos de fora do que pelos nossos pares.

Esta verdade parece inquestionável mas eu, que na altura apenas sorri sem nada responder, deveria ter rebatido aquela opinião lembrando que, mais do que nunca, é preciso convocar todos os santos disponíveis para unir esforços no sentido da obtenção dos milagres que a nossa Economia precisa.

O Prémio Construir que na semana passada recebi,  atribuído em nome do meu contributo, como dirigente do associativismo empresarial,  para o impulso ao crescimento do sector imobiliário é um bom exemplo disso pois se há milagres, neste como noutros campos, devem-se a muito trabalho e a muito trabalho em equipa, eventualmente potenciado por quem tenha capacidade parar gerar as redes que fazem multiplicar o próprio trabalho.

Reconhecidos ou não, só os santos de casa é que podem fazer milagres pois são eles que sabem os milagres que a casa necessita, no sector imobiliário como noutro qualquer sector, sempre perspectivando as ações desenvolvidas pelo lado da solução e nunca pelo lado da agudização dos problemas. Os santos de fora estão, por definição, fora.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 23 de Novembro de 2013 no Expresso

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