Com o vulcão islandês a abrir e a fechar a cortina de cinzas, que barra a passagem de e para o Norte, a solução é voar para Sul ou para Leste. Agora, podemos dizer que a Leste há algo de novo, pelo menos rotas novas da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP), rumo a Moscovo, para aproveitar o fluxo de passageiros oriundos do Brasil.

Tudo isto, também pelo facto de, Brasília e Moscovo terem assinado um acordo a isentar de vistos as visitas de cidadãos dos respectivos países, por períodos inferiores a 90 dias. É que, o aeroporto de Lisboa passou a ser, naturalmente, a melhor placa giratória desta rota entre o aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek e o moscovita Domodedovo.

Mudar é o verbo que mais rima com viver. A vida, nomeadamente a dos negócios, toda ela é também feita de mudanças. “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, // Muda-se o ser, muda-se a confiança; // Todo o mundo é composto de mudança,// Tomando sempre novas qualidades.“ Por isso é bom, ainda citando o poeta, que vejamos continuamente novidades.

E estas ganham forma nos novos mercados a descobrir, nos novos paradigmas de actuação a adoptar nesses mercados, numa maneira diferente de encarar os desafios que a criação e a distribuição de riqueza nos coloca, sempre em quadros de desenvolvimento sustentado, como têm de ser todos os cenários de futuro.

A lição dada pela Transportadora Aérea Portuguesa ao reforçar os voos semanais entre Lisboa e Moscovo, que passam de cinco para seis, na sequência das facilidades abertas ao fluxo turístico e de negócios entre o Brasil e a Rússia, duas das economias emergentes, é uma lição a reter pela oportunidade e pela flexibilidade da resposta demonstradas.

Em idos que já lá vão há muito, brincava-se com a sigla TAP, fingindo que estas três letras seriam as iniciais da expressão inglesa (que é a língua da aviação comercial) “take another plane”. Felizmente, para todos nós e para a TAP, que a realidade da companhia não é essa, se é que alguma vez foi algo de parecido.

Nestes tempos difíceis, em que até a Natureza, através de vulcões, de chuvas intensas, de tremores de terra, de tsunamis, de tornados, parece apostada em desafiar permanentemente a Humanidade, nestes tempos difíceis importa resistir, mantendo viva a esperança e recomeçando de novo onde for de recomeçar, com as mudanças que a situação exija.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 28 de Maio de 2010 no Sol

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