A notícia foi já tornada pública, com honras de primeira página no jornal que a antecipou, e confirma o que venho dizendo há muito – que o imobiliário português é atrativo, que Portugal está na moda e que Lisboa é uma cidade que está a renovar-se e a afirmar-se como uma das grandes capitais europeias.

Uma das principais cadeias de comércio de França, galerias de renome centenário com algumas e muito selecionadas lojas de referência no estrangeiro (Casablanca, Dubai, Jacarta, Pequim) prepara-se para abrir ainda em 2014 uma sucursal em Lisboa, em plena baixa pombalina, num investimento projetado de 80 milhões de euros.

O interesse deste grupo empresarial francês por Lisboa foi despertado pela ação desenvolvida por uma imobiliária portuguesa na sequência dos esforços de diplomacia económica para captação de investimento estrangeiro no nosso imobiliário concretamente materializados nos Salões do Imobiliário Português em Paris, que este ano conheceram a terceira edição.

As garantias que o imobiliário português sempre ofereceu, mesmo no cume da crise, aliadas à renovada imagem de Lisboa onde a Reabilitação Urbana é uma realidade visível e profunda, ajudaram decisivamente na concretização deste “casamento”, ao mesmo tempo de amor e de conveniência para ambas as partes.

Já houve, como se deduz do que já foi tornado público, reuniões entre responsáveis do grupo empresarial francês e responsáveis autárquicos, tudo apontando para que as famosas galerias francesas venham a instalar-se na Avenida da Liberdade, aos Restauradores, numa área de 35 mil metros quadrados.

A dimensão do grupo francês está bem patente no apoio e suporte à exposição “O chá e o vinho”, atualmente patente na Casa das Artes de Pequim, uma exposição que projeta e entrelaça dois símbolos da arte de viver e conviver em França e na China, e que justificou a deslocação à capital chinesa de Laurent Fabius, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento Externo da França.

Esta exposição sobre a arte francesa e chinesa de saber fazer e saber viver – exposição patente em Pequim até meados de Julho – viajará até Paris no final do corrente ano para ficar em exposição nas emblemáticas instalações das galerias do Boulevard de Haussman, potenciada por uma Bordeauxtheque que oferece à degustação grandes vinhos desta região vinícola de França.

Refiro este aspeto para sublinhar que mais do que um grupo comercial, a anunciada chegada a Lisboa destas galerias, com todo o investimento inerente, criação de emprego e movida que gera, traz também uma filosofia comercial muito particular que sabe valorizar as riquezas próprias dos locais onde se instala.

A descoberta de Lisboa como cidade desejável para acolher um grupo com esta alma e esta dimensão foi um encontro de interesses (da procura e da oferta) concretizado pelo insubstituível papel que o imobiliário português tem vindo a desenvolver neste sentido numa afirmação desta nossa vocação para a diplomacia económica, ainda não suficientemente apoiada como merecia por quem tem o dever de promover estes apoios.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 28 de maio de 2014 no Público

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