A abertura de novas rotas na nossa companhia aérea de bandeira – a TAP Air Portugal – é uma via indispensável para consolidar estratégias turísticas. Desde, claro está, que paralelamente estejam assegurados os aviões necessários ao aumento da oferta e não, como aconteceu recentemente, com insuficiência de frota com toda a má imagem que os cancelamentos e os atrasos de voo sempre causam.

Na Primavera do ano passado, a TAP esteve na Bolsa de Turismo de Lisboa a promover o destino Moçambique. Fez desta rota, revista e ampliada com mais voos semanais regulares, o tema de uma das edições da revista de bordo da companhia e deu um sinal claro de continuar a ser uma companhia aérea de bandeira.

Um país como o nosso que claramente aposta no Turismo tem de assegurar que os seus principais destinos turísticos vão ser servidos, em quantidade e em qualidade, de voos regulares para os mercados que estão a engrossar a procura por Portugal. Lisboa – e o Algarve – precisam de ter mais ligações diretas com as procuras emergentes, mesmo que elas sejam a China, a França, a Rússia.

O Porto, cujo aeroporto tem vindo a crescer em rotas diretas, precisaria de mais promoção no exterior e talvez de mais oferta fora das low cost. As ofertas low cost são muito importantes para o Turismo, mas não esgotam os públicos alvo. A comprovar esta ideia registo que há uma companhia aérea low cost de referência que está a introduzir tarifas para o segmento dos negócios, naturalmente mais caras mas também mais flexíveis.  

Há, como se prova, oportunidades de negócio por aproveitar, neste segmento, mas a obrigação de garantir uma oferta adequada pertence mais a uma companhia de bandeira do que a uma companhia estrangeira, low cost, mesmo considerando o inestimável papel que algumas destas têm vindo a assumir na promoção turística de Portugal, 

Claro que a força acumulada pela TAP ao longo de anos e anos de operações aéreas no chamado triângulo de ouro da lusofonia – entre Portugal, a África e o Brasil – é uma vantagem na hora de abrir novas rotas, no interesse de Portugal mas também dos demais países lusófonos, sempre, claro, no respeito pelo ritmo de desenvolvimento assumido em cada Estado.

Como em tempos referi, as companhias aéreas não podem medir-se exclusivamente pelos lucros, pelo número de aviões que possuem, pela quantidade de passageiros e de carga que transportam, pela percentagem de voos que cumprem horários. Há companhias que não figurando nos primeiros lugares destes rankings assumem-se como ferramentas para o desenvolvimento dos destinos que servem. 

A TAP já foi e poderá continuar a ser uma dessas companhias, pelo menos para Portugal. Principalmente se se mantiver a vocação estratégica das companhias aéreas de bandeira, proporcionando crescimento e desenvolvimento económicos aos destinos que serve. Sendo certo que com ou sem companhia de bandeira, nenhuma Economia voará se não tiver asas e puder controlar o que fazer com elas. 

O nosso Turismo residencial, muito ligado ao imobiliário turístico, precisa dessas asas concretas que tornam os nossos destinos mais acessíveis a quem os procura.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 08 de setembro de 2014 no Jornal i

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