O Salão Imobiliário de Portugal (SIL 2015) que hoje abre portas na Feira Internacional de Lisboa (FIL) já começou há muito e não vai acabar no próximo domingo, dia do encerramento da exposição na FIL. Este salão é uma espécie de gala do imobiliário português, o mais notado e significativo evento do sector em Portugal com projecção interna e externa, uma manifestação mais mediática de uma real actividade económica muito importante para o crescimento e o desenvolvimento do país.
Não o digo gratuitamente nem pelo facto de ser o presidente da Comissão Estratégica deste salão. Como quase tudo o que vamos testemunhar neste SIL, de hoje até domingo, o demonstrará, este sector, em parceria reconheça-se, com outros, nomeadamente o sector turístico, tem estado entre aqueles que mais contribuem para gerar riqueza e fazer crescer o país, objectivos transversais a todos ou a quase todos os portugueses.
Nas últimas duas semanas, e como seria expectável, estive atento aos discursos políticos das várias campanhas que atravessaram o país e os mídia, especialmente quando tocavam no sector imobiliário. Aconteceu poucas vezes, como sublinhei, limitando-me aliás a sublinhar a escassez de referências e nunca opinando sobre os respectivos conteúdos, mesmo quando os considerei injustos e fruto dos exageros das campanhas.
Hoje, que os dados eleitorais estão quase todos lançados, recupero, sempre com os cuidados que este debate exige e respeitando as opiniões diferentes, algumas referências, infelizmente habituais, que insistem na ideia da inutilidade e do pouco interesse dos programas de captação de investimento estrangeiro para o nosso imobiliário, desvalorizando os seus efeitos muito positivos para a Economia e negando outras consequências igualmente positivas para Portugal.
Insistir na ideia de que a concessão de Autorizações de Residência, vulgo vistos gold, ao abrigo de investimentos no imobiliário, é uma especulação ilegítima que nada gera de positivo para a Economia nem mesmo no plano da criação e da manutenção de emprego, como foi dito na campanha por pessoas que recolhem apoios significados eleitorais, é uma visão muito limitada desta realidade que compreendo com dificuldade vinda de gente que devia ser mais rigorosa nesta matéria.
Isto mesmo vai, aliás, estar em debate no SIL 2015 que hoje abre a sua melhor montra em Lisboa, nos vários debates que vão preencher o salão. Tenho consciência de que é preciso insistir sempre muito para fazer chegar uma informação exaustiva e correcta à opinião pública e, às vezes, até a alguns representantes de pores públicos. A evidência de que a venda a um estrangeiro de um imóvel situado em território português gera vida em muitos outros sectores nem sempre passa com a facilidade que julgaríamos.
Esta não é, porém, a única incompreensão que tentaremos, mais uma vez neste SIL 2015, desmontar e esclarecer. Neste salão que abre hoje ao público, mas que já começou há muito, e vai encerrar no domingo, sem que tal signifique que o imobiliário deixará de estar na primeira linha da nossa recuperação económica, vamos também insistir no combate ao terrível e injusto erro que ainda tenta tanta gente e que se traduz na transformação do imobiliário numa fonte inesgotável de rendimentos para o fisco.
Vale a pena visitar o SIL2015, na FIL.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 7 de Outubro de 2015 no Público