Há sinais exteriores de confiança no imobiliário português que não se reduzem ao número de grandes investidores estrangeiros extra União Europeia que foram cativados pela concessão de vistos especiais de residência a quem invista no sector acima de meio milhão de euros. O nosso país, pela sua localização geográfica e pelas amenidades várias que o caracterizam é um dos destinos eleitos para estadias de curta duração e  para segundo país de residência vocacionado para receber uma classe média que quer manter-se ativa e viver bem na terceira idade.

O aumento da taxa de ocupação hoteleira nos principais destinos turísticos, com as potencialidades que se abrem ao turismo residencial por esta via, uma qualidade de construção acima da média e com um preço muito competitivo, a par da segurança jurídica no que toca à propriedade imobiliária, para todos incluindo para cidadãos estrangeiros, são condições que só consolidam Portugal como um país de futuro para quem quer viver na Europa, com as vantagens inerentes a esta localização mas sem a pressão das grandes metrópoles tão atrativas quanto stressantes ou até mesmo perigosas.

Não é uma frase de circunstância com intencionalidades comerciais dizer que o imobiliário português continua a ser um potencial motor de desenvolvimento com o qual a Economia pode e deve contar. Grande parte da oferta disponível neste mercado apresenta-se, há muito, em valores muito competitivos, cuja perspetiva futura é, a curto ou garantidamente a médio prazo, de valorização, pese embora algumas identificadas tentativas no sentido da desvalorização forçada desta riqueza. O que o imobiliário português mais precisa é de dar-se a conhecer na sua verdadeira dimensão e o de se afirmar num quadro de crescente confiança aos olhos de quem quer investir.

Não me canso de ser uma das vozes que mais se faz ouvir na defesa do património construído, posição empresarial que deve também ser classificada como de defesa dos interesses das milhares de famílias  portuguesas que se tornaram, aliciadas pelo Estado e por grupos financeiros, proprietárias da casa que habitam sem pertenceram às classes sociais de maiores posses e poder económico.

Daí que acarinhe todo e qualquer sinal que possa potenciar a confiança que qualquer mercado procura e tem de encontrar para se assumir como um mercado saudável e equilibrado, confiança para a qual, no mercado imobiliário português (apesar das dificuldades e de alguns constrangimentos), existem condições objetivamente favoráveis, faltando apenas condições subjetivas, mais difíceis de identificar mas igualmente muito importantes e insubstituíveis.

Não podemos realmente ignorar, por mais pequeno que seja, qualquer mínimo sinal que possa crescer e consolidar-se como um trunfo para este sector e, por inerência, que alguns teimam em não ver, também para a própria recuperação da nossa Economia.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 18 de Setembro de 2013 no Público

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