Há dias, um filho de um amigo meu dizia, a iniciar-se como fotógrafo de festas e eventos posh, que os ricos e famosos parecem todos muito altos e de ombros muito largos, elas e eles loiros e de olhos azuis, uns e outros a fazer com que as pessoas ordinárias (no sentido de vulgares, por oposição a extraordinárias) se sintam pequeninas. E no entanto “small” volta a ser “beautiful”.

Pequeno ainda não será belo nas festas que merecem reportagem na Imprensa cor-de-rosa mas já o é na oratória dos partidos do chamado arco do Poder, que inclui os que lá estão e os que mais cedo ou mais tarde para lá irão.

Por outro lado, os ricos e famosos já não precisam de viajar nas cabines de bombordo quando partem para Sul num cruzeiro de férias, nem de regressar nas cabines de estibordo, num sinal exterior de riqueza que a expressão inglesa Port Outward, Starboard Home consagrou na sigla das respectivas iniciais – POSH. Hoje todas as cabines dos navios de cruzeiro têm ar condicionado e já nem é preciso ver terra do lado esquerdo para sentir o conforto do bombordo, assim chamado por ser o lado de onde se via a costa de África quando mal sabíamos navegar à vista de costa.

Hoje a nossa navegação é outra. Chama-se internacionalização da economia e também passa pelas pequenas e médias empresas da mediação imobiliária portuguesa que há muito reclamam apoios para essa tarefa de captar investimento estrangeiro pela via do imobiliário. Nem só de sapatos, t-shirts e eucaliptos vivem as nossas exportações. O turismo, que é tido como um dos sectores em que Portugal se apresenta “mais competitivo”, também contempla o imobiliário. E o nosso sector também tem PME`s com vocação para a promoção internacional do nosso imobiliário residencial e turístico de qualidade, o que também é “exportar”.

Assim consigamos os apoios e o crédito que também merecemos.
 

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 11 de Julho de 2009 no Expresso

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