Ainda há sombras projetadas sobre o nosso imobiliário, apesar do sector poder e dever continuar a assumir-se, neste contexto, como determinante para o crescimento e, em consequência, para o desenvolvimento sustentado da nossa Economia.

O imobiliário, e no imobiliário, a Reabilitação Urbana com as suas fortíssimas ligações ao Mercado de Arrendamento, como ainda ontem referi no Seminário sobre este tema que hoje termina no Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, é um dos raros comboios em que ainda podemos embarcar.

Este sector pode ser um desafio estratégico capaz de oferecer segurança a quem nele invista e capaz de contribuir para inverter a tendência da nossa Economia. Pela Reabilitação, que só avançará se ligada a um verdadeiro Mercado de Arrendamento Urbano, preservamos o nosso património, travamos grande parte do desemprego e oferecemos um refúgio seguro a muito investimento indeciso.

Mas para que isto ocorra é preciso, como também ontem referi, mais eficácia na captação de investimento, nacional ou estrangeiro, em opções estratégicas que não se compadecem com o imediatismo de quem pensa que a adoção de uma taxa liberatória sobre os rendimentos do arrendamento de imóveis é perda e não o ganho que efetivamente é, até para o Estado.

Impõe-se outra visão de largos horizontes. Uma visão mais consensual do que possamos pensar mas que tarda a impor-se, ameaçando, com o atraso, transformar-se em mais uma oportunidade perdida, num contexto difícil em que não podemos desperdiçar oportunidades desta natureza. É quase como falhar uma grande penalidade numa final de futebol que esteja a decidir-se nas grandes penalidades.

Hoje, no segundo e último dia de um seminário que o Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa promove, ao abrigo de um protocolo assinado com a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a intervenção da Dra Assunção Cristas, ministra do Ordenamento do Território, é esperada com a expectativa de quem gostaria de ver luz sobre as sombras que ainda se projetam no imobiliário.

 

Publicado no dia 18 de maio de 2012 no Diário de Notícias

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