Hoje, neste sector que enquadra a construção e a reconstrução das cidades, há uma palavra mais forte do que a palavra verde que nos habituamos a associar a ecologia – a palavra-chave dos nossos tempos é a palavra sustentabilidade deve estar presente em tudo o que diz respeito à construção e à reconstrução.

Deve estar presente na escolha dos materiais e produtos comprovadamente mais adequados a uma construção sustentável; deve estar presente na opção pelas tecnologias e pelos sistemas de construção e de reconstrução; deve estar presente na avaliação do impacto em matéria de desempenho energético e ambiental; deve determinar, sempre que possível a utilização de recursos naturais; e deve potenciar as economias de gestão que a construção e reconstrução sustentáveis proporcionam.

Este olhar global sobre o património construído que iremos deixar às gerações vindouras é o grande contributo do Cluster Habitat Sustentável e da Plataforma para a Construção Sustentável que o gere. Criando sinergias, trabalhando em rede, valorizando soluções que não hipotequem o futuros dos nossos filhos e dos filhos dos nossos filhos, emendando erros passados principalmente nas ações de reabilitação, conservação e qualificação do património construído.

Apostar na sustentabilidade não é uma moda – como ser verde nunca o pode ser – mas antes uma opção realmente geradora de fatores de competitividade acrescida, mesmo que seja difícil fazer passar esta mensagem junto do público e dos poderes públicos. A aposta tem também de ser ganha no tecido empresarial – nomeadamente no movimento associativo empresarial – e, claro, das universidades e nos centros de investigação.

Enquadrados na já citada Plataforma para a Construção Sustentável, a entidade gestora do cluster Habitat Sustentável em Portugal, reconhecida pelo QREN, o desafio de todos quantos assumam este compromisso com o futuro implica o que se denomina de Estratégia de Eficiência Coletiva (EEC), um desafio orientado para fazer da construção sustentável um elemento ativo na melhoria da competitividade empresarial.

Inserem-se na obrigação ética das atuais gerações para com as futuras todas as ações que visem descobrir materiais e tecnologias efetivamente sustentáveis e fiáveis, técnicas de construção e reconstrução igualmente compatíveis com estes objetivos bem como a formação e certificação de profissionais e empresas que cumpram estes compromissos inadiáveis.

Em boa verdade, a importância que os conceitos relacionados com a sustentabilidade podem ter na economia e na sociedade, em especial na chamada fileira do Habitat, começa a ser reconhecida pela opinião pública, embora ainda tenha muito caminho para andar até um efetivo reconhecimento do valor acrescentado para o sector e para a qualidade de vida as populações que este sector serve. Neste ponto, a internacionalização tem um papel extremamente importante, e os sectores do imobiliário e materiais de construção são reflexo disso mesmo, tendo desempenhado um papel de destaque na promoção do mercado português além-fronteiras. 

Este é, aliás, o grande desafio do Cluster Habitat Sustentável e da Plataforma para a Construção Sustentável que o gere, um desafio que faz com que devamos, cada vez mais, reforçar a ideia de que a sustentabilidade é hoje uma cor mais verde do que o verde.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 08 de Julho de 2015 no Público

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