Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
muita frequência uma regra que os pais dele lhe ensinaram e que, basicamente, refere a prudência que deve existir na hora de elogiar e na hora de criticar. Por outras palavras, esse meu amigo elogia sempre menos do que porventura lhe apetecerá elogiar e critica também sempre muito menos do que gostaria, emotivamente, de criticar quando o caso merece críticas.

 

Esta prudência não será politicamente muito correta, mas tem vantagens inequívocas, mantém portas abertas quando a situação aponta para o contrário, evita desilusões quando o cenário é euforicamente o oposto, ou seja o dos elogios, sendo condição necessária para a inclusão, enquanto o contrário é condição suficiente para a exclusão. Esse meu amigo tem por lema de vida um verso que diz que a maior dignidade humana é poupar humilhação aos outros.

Talvez este lema possa ser considerado excessivo para ser adoptado como regra a seguir nas campanhas eleitorais dos partidos políticos, mas que é um bom exemplo de conduta lá isso é e talvez o que se ganhasse em cidadania se fosse realmente assumido por todos quantos actuam e têm responsabilidade na vida política compensasse o que – tenho de reconhecer – no imediato cada força política poderia perder, em especial se tal atitude não merecesse unanimidade.

Admitir que o normal, salvo algumas excepções historicamente identificadas, é que a maioria dos dirigentes de cada partido acredita sinceramente que as respectivas propostas são as melhores para o país e para as populações nele residentes deveria ser realmente a regra e deveria ser uma regra assumida desde logo pelos adversários políticos. As diferenças – que naturalmente existem – residem nas diferentes opções que, a cada momento, cada sensibilidade política escolhe considerando a identificação do que entende ser possível abdicar.

Nestes vésperas de uma importante campanha eleitoral, a referente às próximas eleições para o Parlamento Europeu, gostaria de insistir na bondade de uma campanha sem agressividades gratuitas, capaz de abrir portas a eventuais entendimentos e capaz de transmitir para o exterior a imagem de um país, e por reflexo dos políticos, que assume uma maturidade cívica que se encontra muito acima do patamar da clubite e de outros fanatismos.

Isto é muito importante para consolidar a confiança que vai começando a instalar-se na nossa Economia, para possibilitar eventuais entendimentos que venham a manifestar-se como necessários e, principalmente, para não gerar impasses que, em regra, só se resolvem com novas eleições ou, não raras vezes, com soluções políticas não democráticas que são sempre más para todos, incluindo para o Mundo empresarial e dos negócios.

Sendo certo que as pessoas são sempre muito importantes e que o interesse do colectivo depende da soma de muitos contributos individuais, importa tudo fazer para evitar que alguns protagonistas da nossa vida política possam cair na tentação de deixarem arrastar-se para becos sem saída no relacionamento necessário à nossa vida.
 
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
 

Publicado no dia 18 de abril de 2014 no SOL

Translate »