Promovido pela TESE – Associação para o Desenvolvimento, com a coordenação científica do Centro de Estudos Territoriais do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa e com apoio ou a colaboração de instituições como a Fundação Gulbenkian, o Instituto da Segurança Social e universidades como a Católica ou a de Lisboa, foi elaborado um estudo muito completo sobre as necessidades em Portugal onde a casa e a área de residência são “aspectos que suscitam apreciações positivas por parte dos inquiridos” (sic).

O estudo revela que, em termos médios, e no total da amostra, as apreciações sobre esta matéria, situam-se acima do ponto médio da escala, mais precisamente 6,9 no caso da casa, e de 7,1, no caso da área de residência, numa escala de 1 a 10. Só 2,5% revela viver em situações de precariedade, nomeadamente em casas abarracadas, a que se deve somar 1,5% de respostas a revelar uma solução habitacional em quarto arrendado ou em parte de casa.

O que parece ser mais penalizador para o conforto residencial dos portugueses é a dificuldade em conseguir manter a casa devidamente aquecida, dificuldade que parece ser uma impossibilidade para um terço dos inquiridos, mais precisamente 32,6% dos inquiridos. Percentagem muito superior à percentagem dos que sente falta de água quente em casa.

Da porta para fora, os portugueses, quando se pronunciam sobre a chamada área de residência, reclamam maior investimento em transportes públicos, melhoria das condições de segurança, maior número de espaços verdes e de lazer e a melhoria do arranjo e limpeza do espaço público. 

Mais importante do que dar publicidade a este estudo é sublinhar a seriedade de um trabalho que pretende identificar as necessidades emergentes da população portuguesa à luz das mudanças recentes da sociedade portuguesa. Como se lê no estudo o que é que realmente falta para se ser feliz, vivendo em Portugal? Ou, por outras palavras, o que é que não dispensamos quando falamos de qualidade de vida?

Necessidades sentidas (percebidas) de carências ou desejos exequíveis no presente ou necessidades objectivamente verificáveis em estados concretos de carência de bens físicos, psíquicos ou sociais, cujo conhecimento interessa, e muito, ao sector da Construção e do Imobiliário, se de facto acreditamos que há, ou deve haver, novos paradigmas de actuação neste mundo de negócios em mudança.

Este olhar global – que se projecta e defende no estudo da TESE – é realmente indispensável para dar a volta que todos desejam e pedem quando falam em recuperação económica. Este olhar global justifica, por exemplo, a nossa vocação para o estudo de tudo o que interessa ao nosso sector. E também a nossa abertura para aplaudir idêntico esforço como este promovido pela TESE – Associação para o Desenvolvimento.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 18 de Setembro de 2009 no Sol

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