A recente fusão da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), da Associação Empresarial de Portugal (AEP) e da Associação Industrial Portuguesa (AIP) numa estrutura empresarial generalista de cúpula, merece o meu forte aplauso, desde logo como presidente de uma associação – a Associação de Profissionais e Empresas da Mediação imobiliária de Portugal (APEMIP) que nasceu da fusão das duas associações de mediadores imobiliários então existentes em Portugal.
A necessidade de podermos falar a uma só voz, é sempre muito positivo, pois tem, pelo menos, a virtude de desarmadilhar aqueles que possam sonhar com a velha máxima do dividir para reinar, uma politica que, em Portugal, por vezes, dá os seus frutos embora nunca a favor da sociedade civil.
Acresce que a APEMIP, a cujos destinos presido, também integra a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), uma confederação empresarial de cúpula, constituída por associações empresariais que possuem um ADN comum, com a força, reconhecida pelo próprio Conselho Económico e Social, (CES), que nos confere o facto de representarmos 18% do PIB, quase metade do Investimento nacional e mais de 750 mil postos de trabalho.
Como representante da fileira portuguesa da Construção e do Imobiliário, sector que só em transacções imobiliárias mediadas, responde por uma média anual superior a 15 mil milhões de euros, a CPCI só pode saudar a fusão anunciada, como uma solução que fortalece três parceiros sociais estratégicos, dando mais força à componente empresarial da economia portuguesa.
Já o disse, mas sinto dever repeti-lo, que os caminhos de quem faz a fileira da Construção e do Imobiliário sempre se cruzaram com os caminhos do melhor investimento, seja público ou privado, e sempre foram determinantes, mesmo quando ignorados, para o bom desempenho da nossa Economia. Costumo associar esta nossa vocação ao eterno tema das gruas do nosso contentamento, sendo que, as gruas para a construção são um forte símbolo de uma movida empresarial forte, sem a qual não há qualquer outra movida.
E neste tempo de reconstrução de cidades, a exigir reflexões múltiplas e cruzadas, que apontam para novos paradigmas de planeamento e urbanismo, de que a reabilitação e a regeneração dos centros urbanos é apenas um caminho, neste tempo de reconstrução de cidades, esta nossa voz especializada sente que passa a contar com mais uma clara voz – a da nova CIP recentemente anunciada.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 23 de Junho de 2010 no Público Imobiliário