Fez um ano no passado dia 17 que o então Governo aprovou uma série de opções para a dinamização da Reabilitação Urbana, todas elas reconhecidamente consensuais, inclusivamente nas Oposições, desde logo por serem necessárias e por abrirem janelas de oportunidades ao setor da Construção e do Imobiliário, já então a precisar de novos rumos.

Tenho bem presente a data desse Conselho de Ministros por ter sido a de um Seminário que a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), organizou no Salão da IMOBITUR, seminário que o então Senhor Ministro da Economia encerrou e no qual anunciou a dimensão dessas decisões que também contemplavam a dinamização do mercado do arrendamento urbano.

O então Ministro da Economia fez-se acompanhar de quatro dos secretários de Estado que integraram uma comissão governamental que estudou o setor e que contribuiu para definir as opções encontradas, todas elas, repito, na linha do que o setor há muito vinha defendendo como indispensável ao país e principalmente todas elas assumidas por todos os partidos com assento na Assembleia da República.

Menos de uma semana depois, a 23 de março, e na sequência da rejeição de um pacote de austeridade, o Governo apresentou a demissão mantendo-se em funções de gestão até 21 de junho, data da posse do atual Governo constituído na sequência do novo desenho político-partidário, saído das eleições legislativas entretanto convocadas. Sem qualquer juízo de valor, um ano depois do setor ter sido contemplado com um sinal de esperança, está tudo na mesma. Um ano que a Economia perdeu.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luís.lima@apemip.pt

Publicado no dia 24 de março de 2012 no Expresso

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