Dando continuidade ao papel insubstituível que o Salão Imobiliário de Portugal tem vindo a desempenhar na credibilização do imobiliário português, estou sinceramente empenhado, na minha qualidade de presidente da Comissão Organizadora do SIL 2014, que a edição deste ano possa assumir-se como o Salão da consolidação da retoma no sector, uma retoma que assenta na Reabilitação Urbana, no Mercado do Arrendamento Urbano e nas pontes que estes fazem para o Turismo Residencial.

O sector imobiliário, nomeadamente nos países, como Portugal, que souberam resistir à tentação especulativa e souberam afastar os perigos das chamadas bolhas imobiliárias, continua a ser um motor de desenvolvimento das economias, oferecendo-se como um refúgio seguro para grandes investidores e para pequenos aforradores, num quadro de sustentabilidade.

O palco proporcionado pelo salão Imobiliário de Portugal (SIL) é, como sempre digo, um espaço privilegiado para ampliar redes de contactos, para partilhar informações e estimular a criação de parcerias, abrindo assim portas a novas ideias e oportunidades de mercados. O SIL dá uma visibilidade importante a um sector que, ao credibilizar-se internacionalmente, também dinamiza e anima procuras internas. 

O aprofundamento das tendências que marcaram a edição de 2013 do Salão Imobiliário de Portugal, com particular ênfase para o Turismo Residencial tem sido, como aliás o Senhor Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, tem vindo a reconhecer, uma realidade de peso especialmente quando o Turismo escolhe como âncoras a Reabilitação Urbana e o Arrendamento Urbano.

A requalificação das cidades com a reabilitação dos edifícios é uma das vias para a dinamização da economia, para o crescimento do PIB e para a diminuição do desemprego. Estes projetos contribuem para um modelo de desenvolvimento sustentável e também para o repovoamento dos centros das cidades com consequências muito positivas para as populações.

Acresce que o próximo ciclo de apoios comunitários, que vigorará até 2020, o chamado Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), contempla uma atenção nova para as cidades na área da Reabilitação Urbana. Portugal não tem álibis para descurar esta obrigação ética da recuperação e da reabilitação do património construído e tem todo o interesse em apanhar este comboio, até em nome da urgência em adoptar soluções mais sustentáveis no plano energético.

Muitos espaços urbanos portugueses sofreram processos de desertificação que afastaram as pessoas dos centros, empurrando-as para as periferias e para as periferias das periferias, num urbanismo desumanizado que não oferece qualidade de vida aos cidadãos e que degrada as próprias cidades a pesar das cidades continuarem a exercer atração sobre as populações.

Num parque habitacional onde existe mais de um milhão de habitações a necessitar de obras profundas, a reabilitação urbana em Portugal não é apenas um caminho ou uma opção – é uma inevitabilidade para a sobrevivência do Mercado Imobiliário Português e até para a recuperação económica do país. É por isso que é aquilo a que chamamos um desígnio nacional. 

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 16 de julho de 2014 no Público

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