Em 1988, como ouvi de uma testemunha ocular privilegiada, as grandes rentrées políticas ainda eram agendadas em Paris. E em Setembro. Nesse ano e nesse mesmo mês de Setembro, a Rosa Mota correu e venceu a maratona dos Jogos Olímpicos de Seoul e o presidente Português Mário Soares foi inaugurar, no Grand Palais de Paris, uma exposição da pintora Helena Vieira da Silva.

Essa inauguração – rezam as crónicas, contou ainda com as presenças do então presidente da França François Mitterrand, dos ministros franceses Jack Lang e Roland Dumas, do casal Azeredo e Madalena Perdigão (Fundação Calouste Gulbenkian), além de vários diplomatas portugueses e outros convidados que ainda hoje guardam o cuidadoso catálogo dessa exposição. Outros tempos.

Este ano, de prata olímpica ao peito, voltamos em Setembro a Paris, para vermos no jardim da delegação francesa da Fundação Gulbenkian um gigantesco “petit gateau”, que ostenta as cores da nossa bandeira e é da autoria de Joana de Vasconcelos, artista contemporânea que cumulativamente mantém, até ao fim de Setembro, uma outra exposição igualmente marcante, esta no Palácio de Versallhes.

Também em Setembro, também em Paris e também por coincidência num Centro de Exposições que tem o sonante nome de Porta de Versalhes, o imobiliário português, nomeadamente o imobiliário português de excelência, mostrará as suas cores atrativas para quem deseja transferir investimentos aplicando-os com a segurança que outros bens não imóveis não têm oferecido.

Nesta operação de diplomacia económica que o imobiliário português leva a cabo de 14 a 16 de Setembro em Paris, e que a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) apoia institucionalmente, no âmbito de uma parceria com a AIP Feiras Congressos e Eventos, os debates, em que participarei como convidado, em torno das oportunidades de investimento em Portugal podem ser realmente, decisivos.

Como tive a oportunidade de referir, esta estratégia de defesa do nosso património construído, de um património que muitos tentam desvalorizar para depois o adquirir como se um salvado se tratasse, na mira de quem o quer adquirir a preços favoráveis, é fundamental até para a recuperação económica do país pois dar condições para que o imobiliário português cative o investimento estrangeiro que a crise tornou órfão pode fazer muita diferença.

Seria, aliás, desejável e justo que instituições como a APEMIP, profundamente empenhadas nesta tarefa da internacionalização da nossa Economia pudessem aceder aos apoios comunitários que existem para desenvolver estas estratégias. Não se fazem doces, mesmo que seja apenas um “petit gateau”, sem ovos.

Luís Lima
Presidente da APEMIP
luis.lima@apemip.pt
 

Publicado dia 31 de Agosto de 2012 no Sol

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