O reconhecido sucesso dos Encontros de Dezembro (December Business Meeting), que a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), na qualidade de principal membro português da Federação Internacional do Imobiliário (FIABCI), organizou, em Lisboa, com cerca de 200 participantes de mais de 40 países, colocou o mercado imobiliário português no mapa mundo dos investidores e dos profissionais do sector que se revêem nesse enorme e prestigiado clube de negócios, que é o FIABCI.
São acções desta natureza – jamais organizadas em Portugal nas décadas de vida que a FIABCI já leva – que podem ajudar ao reconhecimento internacional de que o imobiliário português é um mercado que se assume, realmente, como uma alternativa credível e segura de investimento, com vantagens para quem investe, e, naturalmente, para o próprio país apostado em aproveitar todas as frentes de uma urgente recuperação económica.
Num mundo globalizado como é o mundo em que vivemos, num contexto de crise também globalizada, romper a barreira que esconde aos olhos do estrangeiro a nossa realidade, também neste importante sector da Construção e do Imobiliário, implica um esforço acrescido para conquistar uma fatia do bolo da notoriedade sem a qual não basta ser seguro e atractivo, para se impor a uma procura cada vez mais exigente.
A recente classificação do Fado de Lisboa como Património Imaterial da Humanidade pode fazer muito pela Economia Portuguesa a médio e a longo prazo, mas tal só se conseguirá se soubermos potenciar esta notoriedade justa e se soubermos afirmar a nossa própria identidade, tantas vezes difusa aos olhos de muitos estrangeiros e não apenas daqueles que julgam que Portugal pertence à Espanha.
A palavra de ordem de internacionalização da nossa Economia, há muito decretada e considerada fundamental para o nosso próprio crescimento e desenvolvimento económicos, implica um longo trabalho, sem esmorecimentos, como aquele que, no âmbito da lusofonia, a Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP) tem vindo a desenvolver, neste caso em prol de todos os países da fala portuguesa.
Reunir à mesma mesa, o presidente Mundial da FIABCI, o presidente da NAR, a maior associação do sector dos Estados Unidos da América, e o presidente do SECOVI São Paulo, a maior associação empresarial da construção e do imobiliário de toda a América Latina, como tive o prazer de concretizar no recente Encontro de Lisboa, é uma oportunidade rara para consolidar a positiva imagem internacional deste nosso sector.
Isto é a sociedade civil a exercer diplomacia económica, neste caso a pretexto do imobiliário e da construção, numa acção que, no nosso caso, não pára e terá, por exemplo, novas manifestações já em Fevereiro, aquando da realização, em Moçambique, de nova cimeira da CIMLOP confederação a que actualmente presido.
Este esforço não pode, como tem sido, ignorado e até apoucado. Dele também depende uma das frentes das batalhas em que todos devemos empenharmo-nos para ultrapassar os desafios que enfrentamos.
Luís Lima
Presidente da APEMIP
luis.lima@apemip.pt
Publicado no Jornal i no dia 12 de Dezembro de 2011