O paradigma do primado do comércio e dos serviços nos centros das grandes cidades está, gradualmente a mudar, desde logo pela necessidade de evitar que zonas significativas de um território urbano sintam congestionamentos brutais a certas horas do dia e uma espécie de desertificação no tempo restante.

Isto não explica tudo nem, muito menos, a quebra na procura de espaços comerciais nos centros das grandes cidades, com o consequente abaixamento dos preços, deste segmento, nomeadamente no mercado de arrendamento, tendência inversa à que se verifica no arrendamento residencial. Mas explica alguma coisa.

A menor procura nestes mercados, e até uma fuga de algumas empresas dos centros para certas periferias, na busca de preços mais competitivos, também é um sinal dos tempos que atravessamos e das estratégias que temos de inventar para manter acesa a chama dos negócios e, principalmente, para manter este sector da Construção e do Imobiliário na primeira linha do esforço de recuperação do país.

Este é um outro ângulo a partir do qual podemos olhar a reinvenção das cidades, como palcos da nossa desejada felicidade, num quadro de um não menos desejado desenvolvimento sustentado. O mesmo olhar global sobre o nosso ordenamento territorial, em nome do qual reclamos decisões cuja urgência é por demais sentida.  

Como reclamos um novo Novo Regime de Arrendamento Urbano que garanta maior harmonia e equilíbrio ao próprio mercado, em todos os seus segmentos.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

 

Publicado no dia 19 de Outubro de 2011 no Diário Económico

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