A bandeira da Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo, em tempos a menina dos olhos da Reabilitação Urbana, o orgulho dos políticos nacionais e locais e um exemplo de caminho a seguir no sector da construção e do imobiliário, a bandeira da SRU Porto Vivo está caída e já não adeja como adejava.

Agora é notícia quando o presidente renuncia, é notícia para tornar público que não há acordo entre os acionistas para nomear novos diretores ou é notícia para lembrar que o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) ainda não transferiu as verbas aprovadas no Orçamento de Estado retificativo de Abril de 2012.

Tudo isto, aparentemente, a fazer crer que nestas divergências haverá estratégias políticas e partidárias específicas num confronto de forças que não favorece a necessidade de se erguer a bandeira da Reabilitação Urbana como uma oportunidade e uma obrigação das atuais gerações, independentemente da cor dominante.

Como já tenho referido, falta uma cultura que assuma a reabilitação como algo incontornável e falta vontade de promover essa mesma cultura com incentivos claros para que os proprietários sintam que reabilitar é uma necessidade mas também uma oportunidade de investimento. Falta, por exemplo, uma fiscalidade amiga da reabilitação.

Uma reabilitação séria e profunda dos centros urbanos é uma ponte para novos pilares do mercado imobiliário português, nomeadamente no que respeita à dinamização do mercado de arrendamento urbano e também do imobiliário turístico, neste caso muito virado para a própria internacionalização do sector. 

É preciso reerguer esta bandeira.

Luís Lima
Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP – 
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa.
luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 21 de janeiro de 2013 no Jornal i

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