Regressado de Londres, onde participei na OPP Live, uma feira vocacionada para investidores imobiliários, trouxe na bagagem um recorte de um jornal internacional em língua inglesa (o International Herald Tribune), com notícias sobre o continuado poder de atracção que o nosso imobiliário continua a exercer, notícias tão agradáveis que bem mereciam ser traduzidas para português.

O recorte deste meu contentamento diz que os britânicos e os irlandeses voltaram a manifestar interesse nos investimentos imobiliários fora de portas, regressando aos mercados que mais confiança lhes merecem, entre os quais, segundo vários testemunhos qualificados, está o mercado português.

Muitos destes especialistas reconhecem que os preços em Portugal, nomeadamente no Algarve e em zonas centrais como o Vale do Lobo ou a Quinta do Lago, estão estabilizados, podendo subir, no próximo ano, entre 3 a 5%, principalmente nos locais com maior procura, como expressou Weston-Baker da Savills International.

O artigo compara, implicitamente, a realidade portuguesa com a espanhola, referindo que certos produtos em Espanha estão ainda a sofrer os efeitos da crise que o sector está a viver no país vizinho, talvez com a excepção dos produtos superiores, que são aqueles que se equiparam aos da nossa oferta turística no sul.

Sendo certo que o azul do céu do Algarve e de outros destinos turísticos portugueses nunca deixou de exercer uma forte atracção entre britânicos e irlandeses, como de resto noutros povos, nomeadamente da Europa do Norte, mas não só, as notícias que refiro provam como é urgente promover o nosso Portugal Imobiliário além fronteiras.

É que Portugal volta a estar na moda, o que coloca a internacionalização do sector imobiliário português, uma das meninas dos olhos da associação de profissionais e empresas de mediação a que presido, na ordem do dia, exigindo de todos nós uma presença constante no estrangeiro, em mercados clássicos e em mercados emergentes, a “vender” Portugal Imobiliário, expressão que nada tem de pouco patriótica, pois apenas significa captar capital estrangeiro para investimentos de difícil deslocalização.

Para ler o que sobre o Portugal Imobiliário se escreveu no International Herald Tribune do passado dia 23, não era preciso estar em Londres, mas para ver, in loco, como estão a reagir os mercados que tradicionalmente procuram o nosso país como destino turístico, não só é necessário fazer a via-sacra dos principais fóruns imobiliários, como é fundamental que neles estejamos presentes com mais força e empenho.
 

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 30 de Outubro de 2009 no Diário de Notícias

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