A intervenção do Dr. Paulo Sousa, Diretor da Caixa Geral de Depósitos, na abertura do congresso da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção, que recentemente decorreu em Lisboa, foi, sem menosprezo para os demais oradores (o Eng. Afonso Caldeira, presidente da associação, o Prof. Dr. Manuel Avelino de Jesus, do Instituto Superior de Economia e Gestão e o Arq. Rui Franco, assessor da Câmara Municipal de Lisboa), um dos momentos altos da sessão de abertura, pela nitidez do retrato dos desafios que se colocam ao imobiliário.

Cruzando informação de várias fontes, entre as quais da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), como aliás, simpaticamente, fez questão de revelar, o Dr. Paulo Sousa lembrou que, nos últimos anos, a oferta imobiliária cresceu, entre nós, mais do que a população residente, num processo que cativou no sector a maior fatia do crédito disponível, o que também justifica alguns constrangimentos do presente.

Defendendo que o paradigma construção / aquisição / endividamento deve dar lugar ao paradigma reabilitação / arrendamento / poupança, este dirigente da Caixa Geral de Depósitos não ignorou as questões que o crescente número de dações de imóveis para pagamento de dívidas gera, sublinhando a necessidade em evitar quebras artificiais de valor desses bens imobiliários. Desde logo, como também sublinhou, porque o imobiliário continua a ser um sector de refúgio para o investimento. 

Só por isto valeu a pena assistir ao congresso da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção.

Luís Lima

presidente da APEMIP

Luís.lima@apemip.pt 

Publicado no dia 02 de junho de 2012 no Expresso

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