O Salão Imobiliário de Portugal (fiel à sigla SIL, mantendo a ligação umbilical a Lisboa) que vai decorrer de 21 a 24 de Outubro, em pleno Outono, anuncia-se como um novo palco para a mensagem da urgência da reabilitação / regeneração dos centros urbanos, como um dos caminhos para a própria retoma da Economia portuguesa.

A oportunidade da reconstrução das nossas cidades, não só reanimará a Fileira da Construção e do Imobiliário, e nesta base a própria Economia, como deve assumir-se de penitência por erros urbanísticos do passado, ou, para ser mais rigoroso, por politicas urbanísticas erradas.

A reabilitação urbana é também uma solução rápida e imediata para a criação de certo tipo de emprego, nomeadamente empregos menos qualificados, cuja taxa de desemprego é, entre nós, das mais elevadas, sendo, como muitas vezes digo, imperativo ético da nossa geração para com as gerações vindouras.

O tema da reabilitação urbana merece subir ao Salão Imobiliário de Portugal, que este ano espera receber mais de 40 mil visitantes e oferece um número de expositores semelhante ao dos anos anteriores, realidade que, em certa medida, desmente algum pessimismo que teima em querer instalar-se.

Como qualquer iniciativa desta natureza, o Salão Imobiliário de Portugal (SIL) é um dos locais e um dos momentos certos para fazermos uma avaliação correcta do estado do sector da Construção e do Imobiliário em Portugal. Momento ideal para este trabalho de pensar o sector, tanto mais quanto, este ano, haverá uma presença muito forte do Poder Local.

Esta presença é particularmente importante para os desafios dos projectos e dos programas de reabilitação urbana, pois estes dependem muito do próprio Poder Local, um dos vértices do triângulo de ouro da reabilitação a par com o poder central e com a iniciativa privada, desde que, devidamente incentivada a tal.

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a que presido, vai promover no SIL 2010 um seminário nacional subordinado ao tema da requalificação, do reordenamento e da reabilitação, três das linhas base da nossa retoma ou, como por vezes digo, os três erres do nosso sector.

Como sempre, em anteriores edições, a APEMIP apresenta-se no SIL 2010 com um dos stands âncora da feira, cumprindo o que realmente se espera de uma associação que reúne a esmagadora maioria das empresas de mediação imobiliária de Portugal, empresas chave para o desenvolvimento da Fileira da Construção e do Imobiliário.

Este ano – devo reconhecê-lo – o SIL, ao destacar o Algarve como região portuguesa do Salão e ao escolher Angola como pais convidado, dá ênfase a dois dos principais pilares da nossa Economia – a internacionalização e o turismo residencial. Aquele que costuma ser, sem qualquer dúvida, o grande salão imobiliário do ano em Portugal vai, seguramente, pintar este Outono com as cores quentes e esperançosas do dourado das boas vindimas.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 29 de Setembro de 2010 no Público Imobiliário

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