O sino da Bolsa de Nova Iorque, outrora usado para marcar o início e o fim das transacções da mais antiga praça financeira do Mundo e hoje utilizado para assinalar momentos especiais da Bolsa, foi tocado no semana passada pelo Secretário de Estado das Finanças do Governo de Portugal, Manuel Rodrigues, que se deslocou a Nova Iorque para participar nos Pan European Days, iniciativa que promove uma maior aproximação dos investidores aos mercados.

Estes Pan European Days foram criados para substituir os tradicionais dias dos países na Bolsa de Nova Iorque, promovendo igualmente um contacto de maior proximidade entre os potenciais investidores e as companhias dos mercados Euronext que, no caso das portuguesas, foram convidadas do Banco Espírito Santo Investimento (BESI). representado ao mais alto nível, pelo seu presidente, Dr José Maria Ricciardi.

Numa semana em que a Bolsa de Nova Iorque abriu espaço privilegiado a empresas portuguesas, francesas, belgas e holandesas, as honras do toque do sino de abertura do tempo para os negócios foram concedidas ao Dr Manuel Rodrigues, mas o tom desse toque foi dado pelo Dr. José Maria Ricciardi quando sublinhou a urgência nacional em lançar junto dos investidores claros sinais de confiança na nossa Economia.

Ouvido, em Wall Street, por um jornalista de uma estação de televisão portuguesa que dedica espaços especializados à informação económica, o Dr. José Maria Ricciardi, que pelo cargo que ocupa é uma testemunha privilegiada do interesse que muitos investidores   estrangeiros demonstram por Portugal, elegeu como prioridade para o sucesso destas operações a urgência que o nosso país deve assumir na tarefa de lançar para o exterior sinais claros de confiança na nossa Economia e nos agentes que a protagonizam.

A oportunidade que constitui estar entre os países convidados a participar nestes dias “pan europeus”, onde há centenas de encontros de investidores com empresas (terão sido marcadas cerca de 150 reuniões só entre investidores americanos e empresas portuguesas), é uma oportunidade rara e de aproveitar, mas ela só se traduzirá em negócios, em investimentos, em desenvolvimento da Economia se, como disse o Dr. José Maria Ricciardi, soubermos transmitir a certeza de sermos de confiança.

Uma confiança – reconheça-se – que está mais consolidada e é mais reconhecida no estrangeiro pelo exemplo que temos dado em capacidade de resistência à adversidade  e em vontade de mudar o nosso próprio paradigma de desenvolvimento para modelos mais sustentáveis, mais fiáveis e consequentemente mais desejáveis.

Aquela velha piada segundo a qual o importante é que falem de nós nem que seja a dizer bem não se aplica nos mercados. Aqui é muito importante que se fale de Portugal mas é principalmente fundamental que continue a falar-se sempre bem de Portugal, como aliás está a acontecer, um pouco por todo o lado, mas ainda não suficientemente aproveitado como seria de desejar e é tão necessário.

Uma imagem indispensável para que realmente possamos transformarmo-nos no país moderno que queremos e podemos ser para não voltarmos ao tempo em que éramos apenas um “lugar típico e pobre”.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com 

Publicado no dia 14 de Junho de 2013 no Sol

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