Na Praça de Espanha, uma das praças de uma das centralidades de Lisboa, há uma imobiliária com profissionais que falam Chinês para responder à crescente procura chinesa no mercado imobiliário português.

Lisboa não tem Chinatown como Londres, Nova Iorque ou Paris, cidades com grandes e atrativos territórios urbanos de características comerciais e culturais próprias das comunidades chinesas emigradas que têm chinatows, mas tem uma grande comunidade chinesa.

As Chinatown, que datam do século XIX, nasceram das leis dos países ocidentais que proibiam ou restringiam a chineses e a outros estrangeiros o acesso pleno à propriedade de bens imóveis. Hoje, pelo contrário, pelo menos entre nós, onde até há vistos especiais de residência para quem invista significativamente no imobiliário, incentiva-se a aquisição plena da propriedade imobiliária por parte dos estrangeiros, chineses incluídos.

A vontade de fazer negócios junto do público alvo é muita com estratégias comerciais que passam, em algumas empresas imobiliárias, pela mobilização de equipas de profissionais que falam o Chinês que os chineses que vivem em Portugal falam, pela presença regular junto de potenciais investidores da China, em feiras imobiliárias chinesas ou pela promoção de um atendimento especial para esses interessados nas zonas urbanas portuguesas mais procuradas pelos chineses.

Para ter sucesso, este compreensível empenho de empresas que ensaiam estratégias comerciais criativas carece de condições que não dependem das empresas imobiliárias. Condições, sem as quais, apenas ergueremos uma Chinatown imobiliária virtual.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 01 de junho de 2013 no Expresso

Translate »