Sublinhando uma opinião tornada pública pelo meu amigo João Pessoa e Costa, Presidente do Circulo Imobiliário de Portugal, também eu perfilho a ideia, de que, está na hora de reinventar o sector da Construção e do Imobiliário.

A dívida acumulada pelo sector à banca, seja por quem comprou, seja por quem promoveu e ou construiu, tende a avolumar-se num quadro de perda de rendimentos das populações – a insolvência de quem deve a casa onde habita contagia quem promove e constrói e gera stocks inacabados que nem concorrentes são dos que a banca foi recebendo em dações.

Hoje importa promover a mediação entre instituições financeiras e o sector da Construção e do Imobiliário, tendo em conta esta realidade e os perigos que ela comporta se não forem encontradas soluções que estanquem a actual tendência do sector.

Importa, como diz João Pessoa e Costa, alertar para a saturação da oferta, exigir ao Estado políticas que visem a diminuição dos custos de contexto e, principalmente, medidas fiscais de emergência, como as que a Espanha adoptou, fazendo baixar temporariamente o IVA no sector, no caso de 8 para 4%.

Isto a par de medidas excepcionais que facilitem a vida ás famílias cujos débitos bancários, em sede de crédito à habitação, subiram brutalmente, ultrapassando a taxa de esforço máxima, por fenómenos que não esperavam e para os quais não foram alertadas. Nem será preciso perdoar metade da dívida, como estão dispostos a fazer à Grécia: bastará conceder-lhes moratórias e juros mais baixos.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

 

Publicado no dia 09 de Novembro de 2011 no Diário Económico

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