Todos queremos que o próximo ano possa também ser um ano de inversão das crónicas tendências que apontam para a diminuição de rendimentos, mesmo estando empregado, e para a diminuição dos apoios sociais, no desemprego, na doença, na educação…

O ano que passou, como reconheceu o senhor Presidente da República na mensagem de Natal, foi difícil para todos. Mais para alguns do que para outros, mas difícil para os milhares e milhares de portugueses que não encontram emprego, seja o primeiro emprego seja no regresso à vida ativa, bem como para aqueles que veem os rendimentos diminuir.

Um dos sinais exteriores mais significativos desta desgraça, seja nas famílias seja nas empresas, é a entrega de imóveis em dação para satisfazer dívidas acumuladas, fenómeno que também contribuiu para a desregulação do mercado imobiliário, num ciclo vicioso que fez aumentar a espiral de desesperança e não resolveu a situação a ninguém.

Em 2013, houve muita família e muita empresa que colapsou e teve de entregar património para satisfazer obrigações, uma realidade que não foi solução para nada, sendo, pelo contrário, um problema acrescido aos muitos que já tínhamos.

Preocupadas, a banca começou a renegociar, antes do colapso e com êxito, dívidas de particulares que se mostravam potenciais incumpridores de obrigações, numa inteligentíssima opção que agora parecem dispostas a aplicar às empresas, incluindo promotoras imobiliárias, o que seguramente poderá travar muitas dações e muitas falências.

Eis um sinal positivo, tão inquestionável que foi, este ano, a melhor prenda de Natal das instituições financeiras.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 28 de dezembro de 2013 no Expresso

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