A urgência da reabilitação e da regeneração dos centros urbanos, como um dos caminhos para a própria retoma da Economia portuguesa, ganha visibilidade crescente. A oportunidade da reconstrução das nossas cidades, não só reanimará o sector da Construção e do Imobiliário e a Economia, como poderá compensar alguns dos nossos erros passados.

Este caminho inevitável é, não apenas um imperativo ético da nossa geração para com as gerações vindouras, como também uma solução rápida e imediata para a criação de certo tipo de emprego, nomeadamente emprego pouco qualificado, infelizmente muito necessário no momento social que atravessamos.

No olhar global que devemos ter sobre os desafios que se colocam à sociedade portuguesa, cruzam-se situações que se interligam de forma definitiva. Numa dessas encruzilhadas, a reabilitação urbana entrelaça-se no arrendamento urbano, mostrando o enorme erro para o país que foi impor aos proprietários de imóveis o congelamento das rendas.

Esta descapitalização forçada e inexplicável gerou a degradação urbanística e a desertificação dos centros das nossas cidades, o que também justifica a hipótese, como compensação mínima e quase simbólica, que os programas de reabilitação possam vir a beneficiar dos apoios do Quadro de Referencia Estratégico Nacional (QREN) e protagonizar assim uma verdadeira politica comunitária de coesão económica e social em Portugal.

Reabilitar cidades com apoios é uma questão de elementar Justiça.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 29 de Setembro de 2010 no Diário Económico

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