A digressão para promover a imagem de um Portugal predestinado a ser um bom e seguro destino para o investimento, digressão que alguns dirigentes políticos portugueses, acompanhados de empresários e quadros da banca e de outras instituições financeiras, recentemente cumpriram, com escala bem mediática de Nova Iorque, vem confirmar a justeza da recente criação da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), estrutura a cuja comissão instaladora presido e para a qual fui eleito em nome da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).
Viajar por todo o mundo que se escreva com M de Mercado, como aliás, preconizamos no Seminário Nacional da Mediação Imobiliária que este ano a APEMIP promoveu durante o Salão Imobiliário do Porto, é rasgar fronteiras económicas, numa tarefa urgente e necessária que, para nós, será mais fácil se começamos num espaço que partilha a língua portuguesa. Foi esse o sentido da constituição, em Luanda, da CIMLOP, dando corpo a uma vocação para a diplomacia económica que é, de facto, vital para as economias de mercado, principalmente no presente quadro de turbulência financeira mundial e de incertezas e dúvidas.
Ainda ontem, no Campus de Justiça, em Lisboa, uma conferência sobre as medidas de desformalização implementadas no âmbito dos registos, conferência promovida pelo Instituto dos Registos e do Notariado (IRN), a que assisti, evoluiu, por vontade dos organizadores, para um sessão informal de diplomacia económica, com a presença de delegações significativas no próprio plano diplomático do Brasil, da República Dominicana e de Cuba. O esforço de simplificação das velhas burocracias, instrumento que Portugal já exporta, é, também, importante como vector para a captação de investimento estrangeiro.
A conferência do IRN ontem promovida no Campus da Justiça de Lisboa corresponde, no plano da Administração Pública, à mesma atitude de dinamismo que levou governantes e administradores de empresas e bancos a marcar presença numa praça de referência, como é a de Nova Iorque, para promover a imagem de Portugal e a mesma que esteve na base da criação da CIMLOP, uma confederação já bem assente na cooperação entre associações empresariais da fileira da Construção e do Imobiliário de Angola, do Brasil e de Portugal.
Este é o caminho dos países e das instituições que não se resignam e enfrentam as vicissitudes que os momentos menos bons sempre causam. Este, é, também, um bom exemplo do papel que o Poder deve desempenhar ao serviço do país que representa. É um bom sinal ver ministros e secretários de Estado num esforço diplomático em prol da captação de negócios, como ontem vimos em Lisboa, com políticos do Brasil, da República Dominicana e de Cuba. Uma vocação que não é exclusiva do Ministério dos Negócios Estrangeiros, como implicitamente comprovou a presença do Senhor Secretário de Estado da Justiça e da Modernização Judiciária, Dr José Magalhães, a encerrar o encontro do IRN, e como o comprova o esforço das associações empresariais, que permanentemente procuram mundos com “emes” de novos mercados.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 9 de Junho de 2010 no Público Imobiliário