O imobiliário é um investimento sólido que valoriza, regular e constantemente, quando o mercado funciona em situações normais, uns pós acima da inflação. Toddos os estudos sérios sobre esta matéria, nomeadamente os empreendidos pelo Professor Robert Shiller, da Universidade de Yale, nos EUA, com base em registos de vários anos, revelam esta solidez.

E o que parece decepcionante, quando comparado com o irrealismo das especulações que criaram bolhas dolorosas em economias como as dos Estados Unidos, da Espanha e da Irlanda, revela-se, afinal, uma inesperada segurança, nestes tempos de turbulências e incertezas financeiras que dominaram o mundo dos negócios, imobiliários incluídos.

Por razões subjectivas que, em certa medida, podem ser compreendidas, instalou-se, em algumas mentes, a ideia de uma trajectória sempre ascendente para o preço dos imóveis, às vezes a um ritmo tão alucinante que faria duplicar, em escassos 5 anos, o valor dispendido na aquisição inicial. Uma casa valorizar-se-ia 20% ao ano. Nem um Picasso, apesar dele já não poder “picassar” mais.

Não podemos comparar um imóvel, que muda de proprietário muito espaçadamente, com activos líquidos como por exemplo acções, cotadas diariamente. Em termos absolutos, a valorização imobiliária parece elevada, principalmente senão descontarmos a inflação acumulada desde a aquisição do imóvel que estamos a transaccionar e até eventuais benfeitorias nele introduzidas.

Mas o que parece pouco, pode ser e é muito, quando é constante e seguro. O valor dos bens imobiliários, num Mercado maduro como o nosso, não quebra e é mais seguro do que outros investimentos que considerávamos, até há pouco, praticamente à prova de bala.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 14 de Setembro de 2009 no Diário Económico

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