nternacionalizar não é só levar produtos e serviços da nossa oferta junto da potencial procura externa. Internacionalizar é também cativar a procura externa para uma aposta nos produtos e serviços que oferecemos cá dentro. Podemos vender pasteis de nata em Paris, mas também podemos vender pasteis de nata em Lisboa a parisienses.
Isto vale para os pasteis de nata, cuja internacionalização é plausivelmente apoiada, mas também para o imobiliário cuja promoção no exterior não é tão apoiada como deveria ser, apesar da diplomacia económica que a tarefa implica ser mais difícil do que o doce esforço de vender natas com canela.
Quando pensamos na internacionalização do nosso imobiliário, somos tentados a limitar esse desafio à exportação do nosso reconhecido Know-How em matéria de construção civil, actividade onde temos registado sucesso. Mas há outros desafios neste sector que devem merecer atenção e também justificar os apoios adequados.
Refiro-me à promoção no estrangeiro do nosso imobiliário pela via do turismo residencial, pela oferta de segunda habitação a um público exigente que procura localizações seguras para viver bem, e até pelas reais potencialidades que a reabilitação urbana das nossas principais cidades, aliada ao arrendamento urbano, oferece a quem procura colocar investimentos em projectos seguros.
É dos livros que em épocas difíceis importa dar mais atenção à promoção das nossas qualidades e dos nossos produtos e serviços de qualidade. Ninguém adivinha o que temos de bom para oferecer. Mas isto requer apoios que nós, no imobiliário, não vemos como vêem outros sectores.
Luís Lima Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
luis.lima@apemip.pt
Publicado no dia 12 de novembro de 2012 no Jornal i