Não são os torna-viagem do passado, pois este termo é aplicado aos portugueses que foram para o Brasil e regressaram a Portugal financeiramente desafogados, mas são brasileiros da classe média e média alta que fazem agora uma viagem do Sul para o Norte, descobrindo mercados em Portugal, como o imobiliário, onde vale a pena investir.

Além de falarmos a mesma língua, há alguma desconfiança dos sectores mais ricos do país relativamente ao futuro próximo desta potência sul-americana, o que facilita o aparecimento destes novos torna-viagem a devolverem viagens que os portugueses já fizeram em sentido inverso com a diferença de trazerem capital que podem investir cá com retorno.

É um facto que muitos investidores brasileiros a encaminhar investimentos para Portugal. Mais do que possamos pensar pois muitos deles possuem dupla nacionalidade (no Consulado Geral de Portugal em São Paulo está a ser atribuída uma média mensal de 800 novas cidadanias portuguesas a cidadãos brasileiros) e estes deixam de ser contabilizados como estrangeiros.

Isto apesar da demora da burocracia portuguesa a legalizar cada “novo cidadão” português como aliás confirmei junto do Senhor Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, Dr. Paulo Lourenço, quando ali me desloquei acompanhado por Romeu Chap Chap, presidente da Mesa da Assembleia Geral da CIMLOP, em recente passagem pelo Brasil como presidente da CIMLOP.

São Paulo, um dos mais ricos estados da República Federativa do Brasil, uma dos locomotivas do Brasil é também um dos estados brasileiros onde há mais investidores interessados em investir no estrangeiro, nomeadamente em Portugal. É preciso aproveitar esta “onda” promovendo ainda mais Portugal e anulando os constrangimentos que dificultam esses investimentos normais.

Como ainda há dias referi, há, realmente, condições objectivas e subjectivas para o crescimento do investimento brasileiro em Portugal nos próximos anos, mas estas condições, só por si, não bastam. É preciso e urgente que se promova, em paralelo, o nosso país, como destino de momento privilegiado. É do nosso interesse colectivo.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 12 de Setembro de 2016 no Diário Económico

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