Que fará com que um painel de 36 mil pessoas provenientes dos países tidos como os mais ricos do Mundo (grupo G8) coloquem Portugal em 19º lugar no ranking da reputação de países? Não é seguramente a dívida pública que está entre as maiores da Europa e é superior a 119% do PIB, posição aparentemente pouco recomendável. Importa descobrir este segredo.

Globalmente, este trabalho ordena os países em função da atratividade para viver, passar férias ou investir, cruzando múltiplas variantes que podem ir da confiança e admiração ou respeito que as populações locais possam gerar nos outros à estabilidade política, à existência de estruturas sociais fortes ou até aos valores do Produto Interno Bruto.

Portugal, país de costumes brandos, tradições preservadas e tecnologicamente avançado, país estável para captar investimento estrangeiro foi – não é demais recordá-lo – o único país europeu a ficar de fora do rol de países que o Governo dos EUA elaborou, no rescaldo do 11 de Setembro, como sendo territórios passíveis de acolher manifestações hostis contra cidadãos norte-americanos.

Portugal, apesar da crise, talvez mais externamente do que internamente, a julgar por este relatório do Instituto da Reputação, é tido como um destino bom e seguro  para investir. Portugal continua a ser um país onde os imóveis, num quadro normal de mercado que escapou conscientemente ao fenómeno da bolha imobiliária, têm registado uma ligeira valorização, a superar a inflação.

Esta percepção nem sempre é coincidente quando vista de fora ou de dentro. O próprio Instituto da Reputação, uma empresa mundial de consultadoria, elabora gráficos onde compara os valores de autoestima internos com a percepção que os estrangeiros possuem desses mesmos países. Há economias poderosas, como a do Japão, onde a autoestima interna é muito inferior à admiração que o estrangeiros têm do povo japonês.

Não sei se o Japão aproveita para se promover, no âmbito da promoção dos países e das cidades, potenciando a boa imagem que possa ter junto de outros povos, mas sei que Portugal aproveita pouco estas ofertas de mão beijada.

E, no entanto, está na hora de acrescentar outros nomes e outras projeções que não exclusivamente os nomes de três ou quatro futebolistas de eleição, já reformados ou ainda no ativo, citados com simpatia pelos estrangeiros com quem nos cruzamos quando nos identificamos como portugueses. Está na hora de voltar a pôr Portugal na moda. Por Portugal, por  todos nós.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 04 de outubro de 2012 no Sol

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